O mundo de pesquisadores e acompanhantes de acontecimentos sobre OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados) foi impactado por duas fortes revelações ocorridas neste mês de agosto. A primeira foi a divulgação pelo Arquivo Nacional do Brasil de 30 documentos com relatos de pilotos brasileiros sobre avistamentos de OVNIs registrados no espaço aéreo do país.
A segunda revelação, amplamente divulgada por veículos de comunicação ao redor do mundo, foi o lançamento nos EUA do livro intitulado “Iminente: Por dentro da caça do Pentágono por OVNIs”, escrito pelo veterano militar e ex-agente do Pentágono Luis Elizondo, que revela a existência há 50 anos de um programa da inteligência norte-americana de investigação e caça a OVNIs. De acordo com ele, o governo dos Estados Unidos já recuperou tecnologia alienígena e corpos em locais de acidentes.
Os 30 documentos divulgados pelo Arquivo Nacional são parte de dos informes feitos no ano passado ao Cindactas (Centro Integrado de Defesa Aéreo e Controle de Tráfego Aéreo), órgão vinculado à FAB (Força Aérea Brasileira). Eles trazem relatos de pilotos brasileiros que não só avistaram, mas também tiveram ocorrências diretas envolvendo OVNIs nos céus brasileiros. Alguns deles, conforme os relatos, tinham capacidade de se movimentar no espaço “dez vezes mais rápido que um avião”.
O relato de um piloto da Gol, que fazia o trajeto Brasília/Fortaleza, afirma que ele avistou um OVNI em velocidade supersônica e que o obrigou a fazer uma manobra evasiva para evitar colisão com a aeronave. O encontro ocorreu em 2014, mas só foi divulgado agora, depois que o relato minucioso foi entregue pela FAB, em 2023, o Arquivo Nacional.
Os 30 relatos mostram ocorrências muitas vezes bem semelhantes. Outro piloto, numa viagem entre Alagoas e Piauí, afirmou ter feito contato visual com um objeto branca, de tamanho de médio para grande e que era capaz de realizar movimentos em zigue-zague ao mesmo tempo em que se movimentava em velocidade supersônica. O comandante dessa aeronave, assim como o da Gol, precisou fazer manobras evasivas para evitar uma colisão. Ele chegou a ficar 90 metros de distância do óvni.
Também há relatos de registros nos sistemas de tráfego aéreo, como o registrado em um voo da Avianca pelo Sistema Anticolisão de Tráfego. Por volta das 3h da madrugada, em 7 de fevereiro de 2023, um piloto relata que viu em Navegantes, cidade do litoral catarinense, uma bola que variava de pequena a grande, a uma velocidade “dez vezes maior que a de um avião comercial”. Segundo apurações, ocorrências semelhantes já haviam sido reportadas, em 2022, no mesmo lugar.
ULTRASSECRETO
O ex-agente Elizondo, tanto no livro como em entrevistas concedidas a meios de comunicação, afirma que os EUA mantêm há 50 anos um programa ultrassecreto de investigações sobre OVNIs, com um custo regular de US$ 22 milhões (cerca de R$ 120 milhões). O programa, segundo ele, é conduzido por um “grupo guarda-chuva supersecreto”, composto por funcionários do governo e contratantes de defesa, do qual ele fez parte até 2017.
O programa já teria recuperado, ao longo de sua atuação, tecnologia e restos biológicos de origem não humana há mais de meio século. “Os Estados Unidos estão envolvidos na recuperação de objetos e veículos de origem desconhecida que não são do nosso país nem de nenhum outro país estrangeiro que tenhamos conhecimento”, disse Elizondo à rede norte-americana de televisão Newsnation.
O agente tem uma longa história no sistema de defesa norte-americano. Ele serviu no Kuwait e no Afeganistão antes de comandar missões antiterrorismo contra o Daesh, Al-Qaeda e o Hezbollah. Trabalhou por anos como um oficial de inteligência militar de alta patente antes de ser recrutado para a Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP, na sigla em inglês) do Pentágono em 2009, conforme relato do jornal The Times.
Em 2017 ele renunciou ao programa, em parte por frustração com o que ele via como oposição interna às pesquisas do programa, mas também em protesto contra a falta de recursos para lidar com o que ele sentia ser uma séria ameaça à segurança nacional. “O Departamento de Defesa deve levar a sério os muitos relatos da Marinha e de outros serviços sobre sistemas aéreos incomuns interferindo em plataformas de armas militares e exibindo capacidades além da próxima geração”, escreveu Elizondo em uma carta de despedida a Jim Mattis, então secretário de Defesa dos Estados Unidos.
No livro recém publicado, Elizondo diz que os OVNIs apresentam “na melhor das hipóteses um problema de segurança nacional muito sério e, na pior, a possibilidade de uma ameaça existencial à humanidade”.
O ex-agente concentra grande parte de sua atenção em Roswell, que está no centro do debate mais duradouro sobre a existência de vida extraterrestre. De acordo com a teoria da conspiração, a queda em 1947 do que foi dito ser um balão meteorológico da Força Aérea do Exército dos EUA perto de Roswell, Novo México, era na verdade uma nave espacial.
“Quatro corpos não humanos falecidos foram de fato recuperados do acidente de Roswell em 1947”, acrescentando que o episódio de Roswell “codificou” como o governo dos EUA reagiria a futuros incidentes de OVNIs nas décadas que se seguiram.
As autoridades “escreveram o manual universal de OVNIs” nas horas e dias seguintes àquele incidente misterioso. Primeiro, eles “não admitem nada e negam tudo”. O próximo passo é “fazer contra-acusações, intimidar testemunhas para não dizerem nada, desacreditar aqueles que não jogam junto, então estigmatizar o tópico e ameaçar qualquer um que diga uma única palavra sobre este assunto com o US Espionage Act, a rigorosa lei norte-americana de Espionagem. (Com informações dos veículos citados e também do site noticiabrasil.net.br)
Arquivo Nacional tem 743 registros sobre OVNIs
Você sabia que o Arquivo Nacional possui o Fundo Objeto Voador Não Identificado – OVNI? O acervo sobre OVNIs é produzido pelo Comando da Aeronáutica do Brasil e está sob a guarda do Arquivo Nacional. Ele é composto de 743 registros que incluem relatos, questionários sobre ocorrências, correspondências, fotografias, desenhos, vídeos, áudios e recortes de jornais e revistas a respeito de objetos que foram vistos nos céus brasileiros ao longo dos anos.
A primeira ocorrência do Fundo Objeto Voador Não Identificado data de 1952. É importante lembrar que OVNIs não significam necessariamente a existência de discos voadores ou extraterrestres. Esta denominação serve para designar qualquer objeto voador que não teve sua origem identificada de maneira imediata. Ou seja, podem ser satélites, drones, balões, fenômenos naturais, entre outros.
O fundo sobre OVNIs pode ser acessado através do SIAN (Sistema de Informações do Arquivo Nacional), em www.gov.br/arquivonacional ou aqui br.pinterest.com/arquivonacional/ovnis/.
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