A longa discussão que tem sido travada, e com ações sucessivamente proteladas, para limpeza do capim e do mato alto que tomou as encostas da Represa do Salto Grande, tem hoje soluções técnicas que podem simplificar totalmente a operação. Essa posição tem sido defendida por integrantes do movimento Amigos da Represa do Salto Grande, com base em pesquisas e avaliações feitas por eles nas técnicas e equipamentos hoje disponíveis para esse fim.
Pelas formas tradicionais, a limpeza de encostas das margens de grandes reservatórios exige o rebaixamento das águas para ser efetuada. E é aí que reside o grande problema.
A CPFL, empresa responsável pela Salto Grande, se comprometera com o Gaema (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente) do Ministério Público a realizar a limpeza em 2019. Mas a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) impôs condições rigorosas para o rebaixamento das águas. E por razões sérias e indispensáveis.
O rebaixamento expressivo das águas, como ocorre sempre nos períodos de forte estiagem, provocam grande mortandade de peixes, em razão da alta concentração de poluentes já existentes nas águas e também carreados para os rios logo após com as primeiras chuvas.
No caso da Salto Grande essa poluição é ainda mais grave, pois pode comprometer a qualidade das águas captadas para abastecimento humano nos municípios a jusante da represa e ao longo do Rio Piracicaba, como é o caso, inclusive, de Americana.
Por isso, uma das condições impostas pela Cetesb é um monitoramento amplo e rigoroso da qualidade da água em cada etapa do rebaixamento e, inclusive, logo após a chegada das primeiras chuvas. Tudo isso amplia as dificuldades e os riscos de se proceder o rebaixamento para executar a limpeza.
NOVAS TÉCNICAS
“Essa limpeza do excesso de vegetação nas encostas e na beirada de represas é um velho problema no Brasil. E a solução sempre foi o rebaixamento e a utilização de barcos adaptados para fazer o trabalho. Acontece que hoje já temos tratores aquáticos desenvolvidos para as condições brasileiras e muito eficientes, capazes de cortar e remover a vegetação sem necessidade de baixar as águas”, aponta Marcelo Masoca, dirigente do Amigos da Represa do Salto Grande.
Desenvolvido por uma empresa de Bauru, o trator aquático Hidrotractor HT 130, foi avaliado em condições de operação por Masoca. “É um equipamento único, com tecnologia inteiramente nacional, e já regularizado pela Marinha do Brasil para atuar em todo o país”, relata.
O trator aquático foi desenvolvido justamente para realizar trabalhos de limpeza e manutenção de ambientes hídricos em condições de grandes infestações por plantas aquáticas.
“Essas experiências têm que ser levadas em conta, não só pela questão imediata, mas também nas perspectivas de médio e longo prazo de recuperação e manutenção da nossa querida represa”, avalia Masoca.
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