A explosão de casos de dengue em praticamente todos os 20 municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas) disparou a necessidade de redobrada de ações de controle. No mês passado, em Americana, os casos saltaram para 84, contra 19 ocorridos no mesmo período do mês anterior. No final de março a cidade registrou o primeiro óbito pela doença, de um homem de 74 anos que estava internado no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi.
Em Nova Odessa, o número de contaminações explodiu de apenas oito em fevereiro, para 235 em março. Agora, com mais de dois mil casos registrados, a cidade entrou em estado de emergência. Três cidades da região – Campinas, Pedreira e Jaguariúna – já estão em estado de emergência decretado pelas prefeituras.
Prefeitos da região têm se reunido em busca de medidas de combate aos focos, mas fica cada vez mais claro que a participação da população é fundamental. Americana disparou uma grande campanha de prevenção, desde fevereiro, intitulada "Americana contra a dengue - Um mosquito não é mais forte que uma cidade inteira".
Os resultados de uma das ações, que é a coleta de materiais considerados potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti, revela também descaso da população no descarte desses materiais. Segundo a Uvisa (Unidade de Vigilância em Saúde), foram recolhidos das ruas e logradouros públicos mais de 8.850 quilos desses materiais. Os agentes de controle de endemias também visitaram 52.643 imóveis em diversas regiões da cidade.
Os agentes visitam os imóveis e recolhem todo tipo de material em desuso que possa acumular água, como pneus, latas, tambores, cisternas e garrafas. O procedimento também ocorre em terrenos baldios.
Nos imóveis edificados, a retirada é feita sob a supervisão e autorização do morador e/ou proprietário. Nesta ação, os agentes não retiram lixo comum e nem móveis ou similares descartados pelos moradores.
"Nós intensificamos a ação de retirada dos materiais que possam servir como criadouros do mosquito, mas precisamos que a população colabore evitando manter nos imóveis recipientes que acumulem água. Se cada um fizer a sua parte, nós conseguiremos reduzir a infestação do Aedes aegypti e, consequentemente, evitar a propagação da doença", destaca o coordenador da Vigilância Ambiental, Antônio Jorge da Silva Gomes.
Além do mutirão, a campanha engloba outras ações, como revisão e atualização do fluxo de manejo clínico e coleta de exames para diagnóstico, mobilização junto às escolas municipais e estaduais, distribuição de folhetos e cartazes, visitas de casa em casa com remoção de criadouros e orientações, e atividades educativas em locais de grande circulação de pessoas.
O VETOR
O mosquito Aedes aegypti se reproduz na água limpa e parada. Para evitar sua proliferação, os moradores devem acondicionar corretamente o lixo doméstico, manter sempre bem tampados tonéis e caixas d’água, manter as calhas desobstruídas, acondicionar pneus e materiais inservíveis protegidos das chuvas, manter os pratos que ficam sob vasos de plantas sempre secos, entre outras medidas sanitárias.
Todo material que retém água é considerado um potencial criadouro do mosquito. Por isso é tão importante observar nos imóveis, tanto na área externa quanto interna, se há água parada e eliminá-la.
Os sintomas da dengue são febre, prostração geral, falta de apetite, dores musculares e articulares, dor no fundo dos olhos, cansaço, fadiga, enjoo, vômito, diarreia, entre outros. Em muitos casos ocorrem manchas vermelhas pelo corpo (exantemas), e nem todos os sintomas ocorrem ao mesmo tempo.
Há casos, inclusive, cuja manifestação é leve, apenas com febre e dor pelo corpo, porém a dengue não causa coriza (nariz escorrendo), situação que é facilmente diferenciada de um resfriado comum.
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