A Conspiração Consumista
O fim do lobo, do leão, do touro e do burro... Não mais cairá sobre eles o doce maná... Nostradamus
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Orestes Camargo Neves

Como a legislação determina que supermercados e outros congêneres devam receber o descarte de óleo de cozinha usado, eu levei duas garrafas de óleo usado em minha casa para deixar no supermercado, no qual sou freguês assíduo. Para minha surpresa, o funcionário me disse que ele não poderia receber. Pedi a ele que que chamasse a gerente. Prontamente, ela veio e recolheu as garrafas. 

Em seguida, um freguês da loja, que ouviu meu diálogo, me perguntou por que eu recolhia o óleo usado, pois na casa dele, eles jogavam no ralo da pia. Respondi a ele que o óleo de cozinha é “altamente poluente e o seu descarte incorreto contamina o solo e lençóis freáticos e que um litro de óleo de cozinha usado pode poluir até 25 mil litros de água, além de entupir a rede de esgotos e, como o óleo não se mistura com a água, bloqueando a entrada de oxigênio e luz solar, ele mata plantas e seres vivos”... 

Assim como o funcionário e o freguês do supermercado, boa parte da população tem pouca consciência do descarte indevido não só do óleo usado como de embalagens de remédios e tantas outras coisas que vão matando, aos poucos, o planeta e a própria humanidade! Pior que não ter leis é ter leis que não são respeitadas ou até mesmo serem desconhecidas! Dos municípios aos entes estaduais e federal há pouco interesse em divulgar leis que protejam a saúde ambiental e humana!

O canal de streaming Netflix disponibiliza a seus assinantes um documentário chamado Conspiração Consumista, que expõe as estratégias usadas pelas grandes empresas de e-commerce para envolver os consumidores em um ciclo interminável de compras. Em tempos em que, com alguns clicks em um smart phone, você pode receber comida, roupas, produtos de limpeza e até serviços em sua casa, o cidadão, hipnotizado por uma tela, é seduzido a comprar coisas que não são necessárias, mas sim desejadas!

Pior que isso, pessoas que ficam horas deslizando telas do celular atrás de imagens e textos que as leve a “fortes emoções” em redes sociais, são capturadas por “ofertas imperdíveis”, levando-as a gastar mais do que podem pagar para deleite dos e-commerce, cartões de crédito e outros rentistas. Ao lado deste processo de persuasão e acumulação econômica, acontece um processo que podemos chamar de “me engana que eu gosto”, com rótulos de reciclagem enganosos, aterros de lixo e pseudo greenwashing.

Como se isso não fosse suficiente, o descarte irresponsável de roupas, calçados, eletrônicos, dentre outros, estão exaurindo o planeta, a ponto de uma montanha de jeans descartados no deserto de Atacama poder ser vista de satélites! Deus usou o homem para criar muitas coisas, dentre elas o comércio e a internet! O diabo veio e usou o homem para criar o consumismo e o algoritmo... 

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