Água de Americana contém elemento cancerígeno

A água que sai das torneiras de Americana contém índices preocupantes de Rádio-228, elemento químico utilizado como fonte de radiação em radiografias, por exemplo. A IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) classifica o Rádio-228 como cancerígeno para o ser humano. Os dados foram divulgados este mês pela ONG Repórter Brasil, com base em pesquisa realizada pelo SISAGUA (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano).

O relatório aponta que o consumo diário de água contaminada pelo elemento químico pode acarretar, além de câncer, mutações genéticas, problemas hormonais, nos rins, fígado e também no sistema nervoso. O estudo vai ao encontro do que é preconizado por importantes órgãos de saúde como a OMS (Organização Mundial de Saúde) e por agências regulatórias da União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Além de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré e Hortolândia também apresentaram água imprópria para o consumo, segundo o relatório. O caso mais grave foi constatado na água de Sumaré, a qual apresentou índices preocupantes de agrotóxicos (DDT + DDD + DDE) e a substância benzopireno. O DDT é considerado cancerígeno e sua utilização é proibida no Brasil.

Além dessas substâncias de maiores riscos, Sumaré apresentou outras três que também podem gerar riscos à saúde. Em Santa Bárbara d’Oeste foi encontrada uma e em Hortolândia foram encontradas duas. Essas substâncias, chamadas de subprodutos de desinfecção, foram geradas pelo próprio tratamento da água, segundo o relatório.

DAE INVESTIGA

O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Americana informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a autarquia ainda busca se inteirar a respeito desse estudo, para verificar os reais apontamentos. O DAE informa ainda que realiza testes periódicos, os quais apontam que a água está dentro dos parâmetros legais.

A BRK, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto em Sumaré, disse que segue rigorosamente as diretrizes de potabilidade estabelecidas pelo Ministério da Saúde. “A cidade é uma das poucas no Brasil a contar com um PSA (Plano de Segurança da Água), programa que visa assegurar a qualidade da água, desde sua captação até sua distribuição à população”, afirma em nota.