Americana estuda a implantação de um Comitê de Emergência Climática aos moldes do recém implantado na cidade de Piracicaba. O projeto partiu da vereadora Professora Juliana (PT), após a realização de uma audiência pública sobre o tem, a qual aconteceu em fevereiro na Câmara de Americana. O documento, que detalha as diretrizes do comitê, foi encaminhado ao prefeito Chico Sardelli (PV). O dia 16 de março é marcado no calendário como Dia Internacional de Conscientização sobre Mudanças Climáticas.
A vereadora pontua que o município tem diversos problemas ambientais que necessitam ser enfrentados como a diminuição de oferta de água para abastecimento público, impactos nas indústrias que demandam utilização de água nos processos produtivos e nos comércios, risco à saúde pública, pressão no sistema de saneamento, perda de renda de comerciantes, risco à exposição a doenças relacionadas às áreas alagadas e a elevação da temperatura.
Na audiência, representantes da Secretaria de Meio Ambiente apresentaram dados que apontam que a emergência climática já tem efeitos visíveis na cidade e a previsão é de efeitos preocupantes como o aumento de cinco graus na temperatura média nos próximos anos, o aumento na incidência de temporais, o aumento nos períodos de estiagem, entre outros agravantes.
Para a vereadora, a audiência sobre o enfrentamento da emergência climática em Americana revelou a necessidade de se instalar no município, com urgência, um Comitê Intersetorial do Clima, visando a elaboração de um Plano Municipal de Enfrentamento da Emergência Climática.
“Várias cidades já estão trabalhando esse tema em âmbito municipal, como Piracicaba, por exemplo, então é hora de Americana também estabelecer um trabalho focado nesse enfrentamento. Precisamos medir a emissão dos gases do efeito estufa, identificar que atividades são as mais prejudiciais para nosso clima, buscar soluções para a gestão dos resíduos, dos recursos hídricos, e tudo isso precisa caminhar simultaneamente em um comitê”, disse a vereadora.
IMPACTOS
O biólogo Thiago Pietrobon, que participou da COP26, encontro de chefes de governo e organismos internacionais sobre o tema, revelou suas impressões a respeito da conferência do clima realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) na Escócia em novembro de 2021. O biólogo destacou a necessidade de reduzir a temperatura do planeta ou mantê-la em média, no máximo, 1,5 grau centígrado acima do que era registrado no período pré-industrial para evitar, por exemplo, uma mudança drástica na produção e forma de distribuição de alimentos. Hoje, essa marca está em 1,1 grau. Além disso, mencionou a necessidade de ser zerada a emissão de poluentes até 2050.
“Se nada for feito, temos menos de oito anos para chegarmos a essa marca de 1,5 grau acima”, alertou, acrescentando que as cidades têm uma missão importante neste processo. “A responsabilidade do município está na adaptação do cidadão. Porque uma coisa é desacelerar esse processo, outra é adaptar as pessoas às mudanças que vieram para ficar. É o papel do poder público, da educação e de cada um de nós. O tempo não está do nosso lado e precisamos de pessoas engajadas e influenciadoras para chegarmos a essa mudança”, avalia Pietrobon.
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