Professora Juliana
Os prejuízos socioambientais causados pelo esgoto doméstico não coletado é uma realidade em vários municípios do Brasil. A degradação ambiental percebida na destruição de ecossistemas naturais, na poluição causada por indústrias, na contaminação dos recursos, dentre outros, muitas das vezes, aparece associada aos problemas sociais, e os mais vulneráveis das cidades são responsabilizados pela degradação do meio. Porém, são eles também que menos tem condições de se proteger dos efeitos negativos que derivam dos impactos ambientais.
Sendo assim, a preservação do meio ambiente, assim como a coleta do esgoto doméstico deve ser uma questão de parceria entre o Poder Público e a sociedade civil através perspectiva socioambiental, pensado a partir de evidências científicas, combinando crescimento econômico, justiça social e preservação ambiental.
Em Americana o resultado disso é o problema de excesso de macrófitas (aguapés) na Represa Salto Grande. Esse importante reservatório hídrico que é parte de um ecossistema de grande potencial turístico recebe esgoto de 18 cidades sem o tratamento que elimina micronutrientes que permitem a proliferação de aguapés. Por isso, recuperar a represa passa por ações intermunicipais, investimento público e participação da sociedade civil.
Precisamos de uma política municipal de gestão climática, pensada de maneira intersetorial e participativa para mitigar os efeitos da elevação da temperatura do planeta e de iniciativas intermunicipais, em parceria com o governo do estado, para ampliar a cobertura e a qualidade do tratamento de esgoto nos municípios paulistas.
Como uma questão essencialmente de saúde pública, a proteção do meio ambiente e o acesso aos serviços de saneamento básico deve ser tratado como um direito do cidadão, fundamental para a melhoria de sua qualidade de vida.
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